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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

DISPUTA QUE ALIMENTA ALIENADOS DO CERCADINHO

O imunizante ficou no centro de uma disputa política entre Bolsonaro e governador de São Paulo, João Doria, responsável pelo acordo que trouxe a vacina para o Brasil.

Ignorando o que dizem autoridades de saúde em todo o mundo, inclusive a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insistir no "tratamento precoce" contra a Covid-19.

"Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E esta vacina que está aí é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia. Então, está liberada a aplicação no Brasil", disse Bolsonaro a apoiadores em vídeo compartilhado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em seu canal no Telegram, aplicativo de mensagens que virou queridinho da direita nos últimos dias.

Um de seus apoiadores perguntou ao presidente se a vacina seria obrigatória. Bolsonaro pôs em dúvida a eficiência da Coronavac, vacina que está sendo utilizada no início da imunização no Brasil e que, junto com a vacina de Oxford, teve uso emergencial autorizado pela Anvisa no domingo (17).

"No que depender de mim, não será obrigatória. É uma vacina emergencial, 50% de eficácia. É algo que ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais ou não", afirmou.

Veja 10 vezes que a CoronaVac foi alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro.

1- 'Não é daquele outro país'

 Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí — disse o presidente.

Bolsonaro disse a frase acima em julho, durante uma transmissão ao vivo.

2- 'Diferente daquela outra'

Em agosto, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, voltou a exaltar o acordo da Fiocruz e minimizar o do Butantan, dizendo que o primeiro envolvia a transferência de tecnologia:

 E o que é mais importante nessa vacina, diferente daquela outra que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia pra nós.

3- 'Não será comprada'

O tom subiu em outubro, quando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou um acordo para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte, em um comentário no Facebook, Bolsonaro chamou o imunizante de "vacina chinesa de João Doria" e afirmou que não seria comprado.

4- 'Mandei cancelar'

No mesmo dia, durante evento em São Paulo, reforçou que havia mandado cancelar o acordo.

 “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, disse Bolsonaro.

Para prestigiar Pazuello, que havia sido desautorizado publicamente, o presidente visitou o ministro, que na época estava infectado com a Covid-19. Pazuello minimizou o desentendimento e disse que "um manda, o outro obedece".

5- 'Descrédito muito grande'

 A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população — disse. — A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá.

6 - 'Procura outro para pagar'

“Ninguém vai tomar a sua vacina na marra não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do povo, não vai comprar a vacina também não, tá ok? Procura outro para pagar a tua vacina aí”, disse Bolsonaro dirigindo-se a Doria, durante uma transmissão e disse a ele para procurar "outro para pagar a tua vacina"

7- 'Mais uma que Jair Bolsonaro ganha'

Em novembro, a disputa política continuou e Bolsonaro chegou a comemorar quando os testes da CoronaVac no Brasil foram suspensos, após a morte de um dos voluntários. Mesmo sem detalhes sobre a circunstância da morte — a Anvisa posteriormente concluiu que não havia relação com os testes —, Bolsonaro afirmou que a vacina poderia causar "morte, invalidez, anomalia" e disse que era uma vitória sua.

"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", escreveu.

8 - 'Eficácia lá embaixo'

Com a conclusão do testes, em dezembro, o alvo do presidente passou a ser a eficácia da vacina. Antes do Instituto Butantan divulgar os dados, Bolsonaro afirmou, em uma transmissão, que "a eficácia daquela vacina em São Paulo parece que está lá embaixo".

9 - 'Essa de 50% uma boa?'

Em janeiro, mesmo após o Ministério da Saúde ter assinado um contrato de compra da CoronaVac, Bolsonaro seguiu o ironizando o imunizante. Depois do Instituto Butantan divulgar que a taxa de eficácia era de 50,38%, o presidente disse a um apoiador:

 Essa de 50% é uma boa?

10 - 'Baixa taxa de sucesso'

Na sexta-feira, minutos antes do Ministério da Saúde requisitar ao governo de São Paulo todas as doses da CoronaVac, o presidente afirmou em uma entrevista que João Doria estava "desmoralizado pela baixa taxa de sucesso na sua vacina".

Após a aprovação da CoronaVac pela Anvisa e o início da vacinação em São Paulo, no domingo, Bolsonaro ainda não se pronunciou.

 E agora José? ás seis milhões de doses da vacina da China já foram distribuídas, todo mundo tirou uma casquinha, com fotografias e propagandas, as negociações estão emperradas, os imunizantes  teriam que vir da China ou da India, mas os governantes brasileiros não gostam do povo dessas duas potências. Quando os 204.000.000 de brasileiros vão ter vacina a disposição????

  P. Magno.